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terça-feira, 8 de maio de 2012

Um sorriso à vida

Sozinho, artista de rua busca apoio de colaboradores para tornar o sonho de levar o circo à crianças e jovens carentes uma realidade



"Bulacha", artista de rua.


Conhecido nas ruas como “bulacha”, apelido dado desde a infância, Johny Robson, 26, malabarista, tem como um dos seus objetivos de vida a concretização de um sonho: contagiar as pessoas com o malabarismo. Ex-office boy, largou o emprego para se dedicar à felicidade dos outros. Malabarista por vocação, tem no chamado “Novo Circo”, sua inspiração. “Percebi que como office boy não teria oportunidades de crescimento dentro da empresa. Saí da empresa e começei a vender balas na rua”, conta.

O novo circo é um movimento recente que adiciona às técnicas de circo tradicionais a influência de outras linguagens artísticas como a dança e o teatro, levando em conta que a música sempre fez parte da tradição circense. No Brasil existem atualmente vários grupos pesquisando e utilizando esta nova linguagem.

O projeto “Encontro Goiano de Malabares e Circo” tem o apoio direto e indireto de 50 pessoas. São pessoas das mais diversas áreas. “Temos no nosso meio, cantores, contadores de história, pessoas da cultura popular, entre outros”, acrescenta. O encontro entre os artistas era semanal.

Lançado em 2007, o projeto tem como objetivo mostrar para o Brasil que no estado de Goiás há outras coisas boas, além da música sertaneja. “Como goiano, quero mostrar para o Brasil que aqui no estado há outros tipos de cultura”, diz.

A primeira apresentação do grupo contou com a presença de 2 mil espectadores. Nos dois dias do evento, crianças, jovens e adultos prestigiaram o projeto, que não teve fins lucrativos. Hoje os eventos realizados pelo grupo são de sete dias, com uma participação maior de artistas do teatro, da música e do circo.

Trabalho de rua

A mudança de cor do farol é a deixa para o artista entrar em cena: o sinal passa de verde a vermelho e ele ganha o meio da rua equilibrando-se em um monociclo; ou então fazendo malabarismo — ora jogando facas ao ar, ora clavas de fogo. Não se cobra nada pelo espetáculo, mas é bom se o distinto cidadão que passa de carro contribuir com um trocado em reconhecimento ao trabalho. Também é de grande valor um aplauso, um sorriso, um gesto de incentivo. “As pessoas não costumam apoiar o nosso trabalho. Acham que o que estamos fazendo, é algo que aprendemos de um dia para o outro”, afirma Johny.

Por não cobrar nada pelas apresentações, uma das principais dificuldades do grupo é conseguir apoio financeiro. Segundo ele, há empresas patrocinando o projeto com valores simbólicos e com as impressões dos folhetos.

Mesmo não tendo apoio, Johny é reconhecido pelos projetos que coordena. Em sua casa no centro da capital, acumula vários troféus, como: bi-Campeão brasileiro na modalidade penta clown, que são corridas de monociclo, parada de mãos e jogando claves; um primeiro lugar na competição de resistência de dois diabolôs, que são ioiôs chinês; entre outros.

História

Segundo o dicionário Houaiss, malabarista é “aquele que, para divertir o público e ganhar a vida, exibe extrema habilidade de destreza de movimentos de corpo, especialmente com jogos que consistem em agarrar objetos atirados ao ar”. É uma das mais típicas artes de circo. Também está associado em geral com o mundo do circo.

Lamentavelmente, algumas pessoas o relacionam com sentido prejorativo. Malabarismo como atividades típicas de um "palhaço", sem levar em consideração que se trata de um contexto de atividades complexas que, para a sua aprendizagem, requer muitas horas de treino. Segundo estudos, praticar atividades como o malabarismo podem produzir mudanças significativas na estrutura do cérebro e melhorar seu funcionamento.

O malabarismo é uma técnica muito abrangente, que trabalha a concentração, atenção, lateralidade, coordenação motora, respiração, reflexos, etc… podendo ser associada a diversas técnicas terapêuticas com o objetivo de estimular diferentes áreas do organismo de forma lúdica. Uma opção que serve inclusive no tratamento de diferentes patologias.

Os eventos

Malabariando
Mistura do malabares com a educação; um pouco das artes do circo e do trabalho nas ruas. Acontece toda terceira segunda-feira do mês, na Praça Boa Ventura, no setor Vila Nova.
Grupo Trip Trapo
Contos de histórias indígenas de circo e teatro.
Forró de Lona
Pessoas se caracterizam como palhaço e apresentam números durante o show.
Favelhaço
União de grafiteiros e Djs; com o intuito de criticar os “vícios” que as pessoas têm.
Só querê fazê”
Reúne artistas de rua, músicos, palhaços, atores e criadores; um trabalho que vai além do circo e do teatro
Trabalho de rua
Trabalhos de malabarismos nos semáforos e praças.

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