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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Paralisação do Martim Cererê causa transtornos para produtores culturais e músicos

Centro Cultural Martim Cererê, em Goiânia.

O Centro Cultural Martim Cererê, um dos ícones da cultura goiana, está de portas fechadas para o público desde o início deste ano. A reforma do espaço se tornou essencial após anos de utilização. Embora produtores culturais, músicos, artistas e frequentadores compreendam a necessidade de uma reestruturação, exigem mais agilidade do Poder Público neste processo.

Criado em 1988, o Centro Cultural Martim Cererê (CCMC) é destinado às diversas manifestações culturais tais como a música, a dança, o cinema e o teatro. Nos anos 1990, devido sua estrutura e localização, tornou-se point de festivais de música. Atualmente é referencia nacional do segmento. Trata-se de um ambiente de importante valor sociocultural no qual tribos se confraternizam.

Os produtores culturais relatam perdas pelo fato de não haver outro ambiente com a estrutura do CCMC. “O Martim é um lugar para eventos de médio porte e transferir um público deste tamanho para outro lugar é complicado”, diz o gerente executivo da Monstro Discos, Bruno Lôbo. Além desse problema, fazer eventos em local menores, como é o caso de casas noturnas, acarreta o aumento dos custos e, consequentemente, no valor do ingresso. “Isso espanta nosso público e no fim das contas ficamos com o prejuízo” afirma o diretor da Under Metal Produções, Adriano Alves.

Os músicos também compartilham dessa preocupação. O vocalista da banda Dry, Marco Bauer, acredita que o CCMC é democrático em relação ao público, diferentemente das casas noturnas, nas quais o espaço e o público são restritos. “Por isso perdemos público, divulgação e consequentemente marketing”. Para o guitarrista do Ressonância Mórfica, Luiz Souza, o Centro Cultural Martim Cererê é o melhor espaço para eventos de música de Goiânia “essencialmente pela identidade que o público local tem com o espaço”, afirma.

Reforma

No ano passado foram realizados 139 eventos com público de 48 mil pessoas sem que houvesse manutenção. Na tentativa legitima de evitar acidentes, o atual administrador do CCMC, Márcio Mário da Paixão Junior, fechou a pauta de locações. “Eu não iria continuar com a pauta aberta sendo que isso implicaria em risco da integridade física de quem está aqui”, disse.

Segundo ele, há tentativas, junto ao governo do Estado e a outras iniciativas, para a reforma, mas, que há muita burocracia. “Eu fico batalhando pra reverter essa situação o quanto antes. Essa espera é muito frustrante”, completa. A previsão é que o Centro Cultural Martim Cererê volte a funcionar no segundo semestre deste ano.

O produtor cultural e diretor artístico da Fósforo Cultural, João Lucas de Souza, espera que a paralisação do Centro Cultural Martim Cererê solucione de fato os problemas e que seja breve, para utilização dos produtores e da sociedade. “Esse é o voto de confiança que demos à gestão atual da cultura”, afirma.

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