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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Arte circense na visão do artista de rua, Johny "Bulacha"

"Bulacha" e sua turma.

Pelas ruas sem asfalto e esburacadas, o palhaço gargalha, os acrobatas fazem rápidas exibições, o homem fantasiado tenta equilibrar-se sobre as longas pernas de pau, o trapezista exibe seu corpo e a mulher barbada se mostra sob um véu.

De pintura no rosto, roupas simples, pinos coloridos nas mãos, sempre com bom humor e dizendo palavras de estímulo para os motoristas que param no semáforo, o artista Bulacha se apresenta com seu grupo. A rua é seu palco, a peça dura 30 segundos, e se repete quase todos os dias. Nesse picadeiro urbano como tantos outros, o rapaz simples e que mora em um cômodo no centro da cidade. Bulacha, faz com que os segundos de espera dos motoristas se tornem um pouco mais divertidos.


Patrick Cândido - Como está o trabalho circense hoje em dia?

Johny (Bulacha)- Hoje em dia está muito bom. Temos uma atuação e aceitação maior aqui na cidade. Estamos a cada dia aprimorando as técnicas circenses.

P.C - No Estado de Goiás e no Brasil, o circo é pouco divulgado. De que forma vocês pretendem expandir a divulgação dessa arte?

Johny - Estamos nessa luta há muito tempo, participando de convenções, espetáculos e encontros, de forma que a população possa ter acesso à arte e ao circo.

P.C- A falta de apoio do governo seria um dos maiores obstáculos que vocês enfrentam?

Johny - Sim. A falta de apoio de todas as partes: imprensa, governo, produtores e empresas, faz com que as pessoas tenham um enorme problema para participar dos eventos.

P.C - Qual a formação das pessoas que trabalham nessa área?

Johny - Depende. Muitos não se julgam circenses. Apenas querem promover eventos. Têm muitas pessoas que por ter um excelente equilíbrio são aprovados nos testes. Outros entram em uma faculdade, mas só em casos raros, quando a pessoa tem outras rendas e consegue se sustentar.


P.C - Podemos dizer que o circo é passado de pai para filho?

Johny - Não. Eu, por exemplo, não sou de família circense e faço do circo minha vida, minha história e aprendo na rua. Há, sim, uma tradição, mas no caso da minha turma não existe.

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